domingo, 29 de setembro de 2013

REPORTAGENS QUE AMPLIAM NOSSOS SABERES




Foco do professor deve ser a ampliação dos saberes

 Aluna da pré-escola posando para ensaio de capa da revista Nova Escola Gestão Escolar. Foto: Marina Piedade
As crianças são ávidas por conhecimento e o adulto pode potencializar esse interesse por tantos assuntos oferecendo boas perguntas e bons cenários de pesquisa. Isso não significa que o professor deve conduzir as ações considerando exclusivamente seu ponto de vista. Ao contrário, um projeto visa dar sentido às aprendizagens e isso ocorre desde o início, com a escuta do que pensam e narram as crianças e a relação que ele estabelece entre essa escuta e os propósitos de aprendizagens escolhidos para a atividade.

O papel do professor na condução de um projeto é de mediador, um provocador de novos sentidos e curiosidades. A intervenção acontece quando as crianças pedem e também quando ele mesmo vê essa necessidade e considera que há tempo adequado para acrescentar novas perguntas ou informações.

A atuação do professor, embora não tenha caráter direcionador, em nenhum momento deve ser de abandono. É preciso oferecer apoio constante para ampliar os saberes que circulam no grupo. A cada momento, o professor toma uma atitude que considera a curiosidade das crianças, as intenções da pesquisa, a possibilidade de intercâmbio de opiniões, a negociação conjunta durante os momentos de socialização (que, aliás, é uma intervenção permanente no projeto) e a oportunidade de sistematizar os conhecimentos construídos pelo grupo para serem retomados e discutidos ao longo do processo.

Outro aspecto que merece atenção é o desenvolvimento do percurso de trabalho. Quando o professor decide envolver um grande número de áreas em um mesmo projeto, não há dúvida de que ele possui a boa intenção de ampliar os conhecimentos das crianças. Contudo, é importante considerar que o excesso de conteúdos pode comprometer o aproveitamento de todo o potencial de conexões entre os assuntos e a construção de alguns conceitos. Para que a aprendizagem ocorra, é preciso envolver as crianças com regularidade em contextos de pesquisa em torno de um mesmo assunto e permitir que haja possibilidade de errar, socializar pensamentos, perguntar e estabelecer relações entre um conhecimento e outro.

Quando o planejamento e o desenvolvimento de um projeto transitam por muitos temas, as crianças podem não aprofundar seu conhecimento. E o conteúdo que, inicialmente, deveria estar no foco da intenção educativa termina por ser abordado somente de maneira superficial.

Esta reportagem e da revista Nova Escola.
http://revistaescola.abril.com.br/creche-pre-escola/palavra-especialista-clelia-cortez-projeto-educacao-infantil-751323.shtml?page=1



CURIOSIDADE ORIENTA O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO E A AÇÃO DO PROFESSOR


Em todo canto, um planejamento. Leitura.
Outro ponto a ser discutido é o tratamento destinado à curiosidade das crianças. Segundo o dicionário Houaiss, a palavra curiosidade está relacionada com o "desejo intenso de ver, conhecer, experimentar alguma coisa nova, original, pouco conhecida ou da qual nada se conhece"; "vontade de aprender, saber, pesquisar", ou ainda, "desejo irrequieto".

É inegável que as crianças possuem desejo constante de novos conhecimentos e isso pode ser explorado cuidadosamente em um projeto. Cabe ao professor selecionar o que é essencial para determinado processo de pesquisa e cuidar para que as perguntas elaboradas sejam de fato ferramentas para a reflexão.
Trabalhar a curiosidade significa promover a interação da criança com ambientes desafiadores que guiem seu pensamento para o que está em foco na investigação. É preciso ter em mente que os contextos planejados podem tanto alargar as experiências como restringi-las. Por isso, colocar as crianças como protagonistas de suas aprendizagens significa interagir com as suas narrativas e expressões, interpretá-las e sempre relacioná-las com a intencionalidade do projeto.

Essa não é uma tarefa simples. Exige reflexões constantes por parte do professor durante o planejamento e a ação. Por exemplo, se a intenção é gerar contextos significativos de leitura que favoreçam a imersão das crianças nas narrativas de qualidade, o professor pode planejar seu projeto levando em consideração a seguinte questão: o ambiente criado para a leitura (o acervo, o acesso aos livros na biblioteca, a organização do espaço da sala etc.) é convidativo?

Outras perguntas podem ser feitas: ao realizar a leitura do livro Chapeuzinho Vermelho em voz alta, por exemplo, o que as crianças poderão aprender com essa situação? Que intervenções podem ser antecipadas com base nas intenções de aprendizagem do projeto? A sequência de planejamento do projeto garante espaços para que as crianças recuperem e compartilhem suas observações sobre os textos apreciados? Com base nos conhecimentos que apresentam e, de acordo com o que foi colocado como intenção de aprendizagem, o que é preciso contemplar nos próximos planejamentos? Como esse projeto pode contribuir para que a leitura seja uma ação permanente na rotina do grupo?

Perguntas como essas podem ajudar o professor a conhecer mais as crianças com as quais trabalha e também a refletir sobre os objetivos e encaminhamentos pensados para o projeto.

http://revistaescola.abril.com.br/creche-pre-escola/palavra-especialista-clelia-cortez-projeto-educacao-infantil-751323.shtml?page=3


LER É DIFERENTE DE CONTAR HISTÓRIAS


Não há quem resista a boas histórias. Nas páginas dos livros, dos jornais e das revistas, na tela do computador e na televisão, narradas presencialmente ou transmitidas pelo rádio... Seja lá onde e como aparecem, elas encantam, amedrontam, fazem rir ou chorar, assustam e são capazes de levar, ainda que em pensamento, até a lugares distantes pessoas de qualquer idade, especialmente as crianças.

Na pré-escola, elas fazem parte da rotina de duas maneiras: leitura e contação. Além de proporcionar aos pequenos o contato com o mundo dos livros, os momentos de leitura os levam a compreender que a escrita é uma maneira de fixar o texto. Afinal, todas as vezes em que se lê um conto de fadas ou uma fábula, por exemplo, a história é a mesma, está registrada. A contação, por sua vez, explicita o valor da cultura oral. Por serem transmitidas de geração para geração, sem um suporte concreto, as narrativas sofrem diversas transformações.

Os saberes construídos e as habilidades desenvolvidas durante essas duas atividades não se encerram com esses exemplos. Tanto a contação quanto a leitura são um convite para explorar o mundo da ficção e a riqueza da linguagem literária.

Ler e contar histórias, porém, não é a mesma coisa - embora possa parecer à primeira vista, principalmente se as atenções estiverem voltadas só para o enredo. "As práticas têm particularidades no que diz respeito aos objetivos e à postura de quem apresenta a trama", afirma Maria Slemenson, formadora do Instituto Natura, em São Paulo. Por isso, cada uma delas pede comportamentos distintos tanto dos educadores como dos pequenos e ambos os grupos precisam estar cientes dessa necessidade.

A fim de esclarecer as principais diferenças entre ler e contar histórias e ajudar você a se preparar para o trabalho em sala, NOVA ESCOLA preparou a tabela comparativa à direita. Analisar esse material - que foi organizado com a colaboração de especialistas da área - permite repensar como as práticas são apresentadas à criançada e aperfeiçoá-las.

http://revistaescola.abril.com.br/creche-pre-escola/ler-diferente-contar-historias-683010.shtml

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