Fundamentação Teórica


A fundamentação teórica para a educação infantil

  Hoje, as influências teóricas e contextuais avançaram nas formas de pensar e fazer a educação das crianças de zero a seis anos. As contribuições de Piaget, Emília Ferreiro, FreinetVygotsky,  Wallon, entre outros, assim como  experiências concretas na realidade brasileira, permitem uma perspectiva em que se prioriza na Educação Infantil as bases  primeiras de formação para cidadania, percebendo-se a criança como um ser humano pleno. Os primeiros anos de vida são de extrema importância para a formação do ser humano, tendo em vista a concepção da criança como um indivíduo em sua totalidade. Este fato torna cada vez mais evidente a preocupação que se deve ter com a criança de zero a seis anos.
Alguns conceitos dos teóricos mais importantes da Psicologia acerca da construção do conhecimento e do desenvolvimento da criança: Piaget, Vygotsky, Wallon.

·                     A respeito do trabalho de Piaget, não podemos esquecer que o conhecimento acontece através de uma adaptação da criança à realidade, através dos mecanismos de assimilação (incorporação do mundo à experiência do sujeito, ou seja, o movimento de busca do novo) e acomodação (transformação das formas de conhecer do sujeito em função do novo que foi assimilado, ou seja, movimento de mudança no sujeito). O desenvolvimento infantil acontece num processo de equilibrarão (busca constante de equilíbrio entre o meio e o sujeito).
Tudo isso ocorre nos quatro períodos assinalados: sensório-motor, pré-operacional, operações concretas  e operações  formais. A seguir, destacamos os dois períodos que dizem respeito às crianças até 6 anos (da Educação Infantil):

- período sensório-motor – até mais ou menos 3 anos: as formas de assimilação do meio são sensoriais  (tato, gosto,  audição, cheiro) e motoras, ou seja, pela ação corporal.

- período pré-operacional – dos 3 aos 6 anos: caracteriza-se pela ação mental da criança sobre o meio.  Surge o faz de  conta, a possibilidade de contar o que aconteceu no passado e planejar o futuro, a  socialização das experiências pela linguagem. O pensamento é intuitivo, aproximativo e não lógico ainda.

·                     O trabalho de Vygotsky destaca-se pela focalização das experiências socioculturais como constituidoras da criança. O autor aborda o processo de internalização como formas de comportamento interpessoais (entre as pessoas) que se tornam intrapessoais (de cada uma), abrindo espaço para a criação singular a partir dos referenciais coletivos. É na relação com o outro (através da mediação dele) que a criança internaliza as formas culturais de sua sociedade (linguagem, símbolos, gestos etc.).
·                     Vygotsky não trabalha com níveis padronizados de desenvolvimento (como Piaget faz com os períodos que assinalamos acima), mas afirma que todo o desenvolvimento, em qualquer área, percorre um processo que envolve o nível de desenvolvimento real (o que o sujeito realiza sozinho, sem ajuda), o nível de desenvolvimento potencial (o que o sujeito é capaz de realizar com auxílio de alguém mais experiente) e a zona de desenvolvimento proximal (distância entre nível real e proximal – o que hoje o sujeito realiza com ajuda e logo realizará sozinho –). Para este autor, a aprendizagem, ocorrência do campo social, impulsiona o desenvolvimento.

·                     Wallon afirma que o ser humano é organicamente social. Para ele, todas as fases da vida humana são marcadas pelo entrelaçamento entre a afetividade, a cognição e a motricidade. Afeto, movimento e inteligência estão sempre em jogo na vida humana, em três períodos fundamentais:
 -período impulsivo emocional – quando o bebê se diferencia do mundo que o cerca através do  “diálogo  tônico”,  comunicação que se dá pelos gestos, toques, contato corporal. Predomina a afetividade.

 -período projetivo – quando ocorre a interiorização do ato motor, ou seja, a intensidade dos movimentos   do bebê  transforma-se em atividade mental.

 -período personalista – percepção de si na relação com o outro (caracteriza-se por intensa negação).



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